— Poxa! Minha lista de possíveis nomes para compor a Papangu na Rede já está muito extensa. Mas eu não posso esquecer que não pagamos adicional quando inserimos mais páginas em um site, como acontece em uma gráfica, em versão impressa, né? — pensei.
Porém não é todo escritor, colunista, poeta, que se propõe a ficar somente no mundo virtual. Neste caso, é de bom alvitre sempre ter uma lista grande, o maior possível, pois as negativas não terão tanto impacto ao final de sua busca.
Me ocorreu que certa vez o escritor Affonso Romano de Sant’Anna, que já passou pelas páginas da Papangu na era impressa, disse-me que não é muito do digital, e que o cheirinho do papel impresso dá imenso prazer a quem escreve. Acho até que o julguei mal por isso, pois desta vez não tive coragem de convidar Affonso para nosso time.
Dias se passaram e, entre convites feitos e respostas favoráveis, eu ainda achava que havia deixado alguém ‘de fora’.
— Lembrei, lembrei! — disse até em voz alta. Isso após uma semana, a duração do meu martírio “alzheimeriano”.
E pode dizer-me que é cliché, piegas, lembrar de músicas como “Naquela Mesa”, do compositor Sérgio Bittencourt, eternizada na voz de Nelson Gonçalves, em momentos saudosistas. Mas não me contive, solfejei quando me ocorreu o nome do jornalista Luís Fausto, falecido no ano de 2018, 59 anos, em Brasília, quando tratava da saúde.
“Naquela mesa ele sentava sempre/E me dizia sempre o que é viver melhor/Naquela mesa ele contava histórias/Que hoje na memória eu guardo e sei de cor…”
Caiu a ficha. Não tenho dúvidas de que Luis aceitaria o convite para ser Papangu outra vez. Assim como não duvido de que estaríamos comemorando até agora o resultado do nosso trabalho nesta primeira semana de zunzunzum papangunista. Se tinha algo que não conseguia esconder, mesmo com aquele jeitão do personagem Zé Buscapé — resmungão que só ele —, era a alegria de ver o sucesso dos amigos. E quando participava, então… Estaríamos agora criando mil coisas para o site, para a edição digital. E ninguém estranhava se no meio das discussões ecoasse um acalorado “imbecil” — saudação carinhosa e recíproca —, para dizer que nos importávamos um com o outro.
Foram muitos projetos exitosos, anos de aprendizado, de parceria, relação de amigos, irmão, pai, filho.
Ficamos consternados ao receber a notícia de sua partida, em uma tarde de junho, naquela mesa em que sua ausência já era bastante sentida.
Para você, Luis.
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